
A FÉ VERDADEIRA CRÊ QUE DEUS OUVE E RESPONDE A ORAÇÃO
A verdadeira fé confia que Deus ouve e responde a oração. Um excelente exemplo de alguém que falou com Deus em oração e acreditou em seu valor foi seu Filho Jesus. Sua vida de oração era tão comum e tão importante que seus discípulos queriam que ele os ensinasse a orar também. Eles lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11:1). Então ele lhes ensinou as palavras do que conhecemos como a Oração do Dominical (Lucas 11:2-4; Mateus 6:9-13).
O livro de Hebreus descreve a vida de oração de Jesus desta forma: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, foi ouvido por causa da sua reverência. Embora fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hebreus 5:7,8). Embora Jesus tenha orado no Getsemani: “Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Contudo, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26:39), e mesmo que Jesus tenha sido condenado e crucificado, sua oração foi respondida porque Deus o ressuscitou da morte no terceiro dia. Embora isso possa parecer um exemplo de oração não respondida; na verdade, foi uma oração que o Pai respondeu na manhã de Páscoa.
Será que a oração mude a mente de Deus? Em outras palavras, será diferente o resultado se orarmos? Deus enviou Jonas a Nínive com a mensagem de condenação iminente de Deus por causa de sua maldade (Jonas 3:4). Quando o rei soube disso, ele tirou suas vestes reais, cobriu-se com pano de saco e sentou-se no pó. Ele proclamou um jejum e decretou: “Todos devem ser cobertos de pano de saco, tanto as pessoas como os animais. Então clamarão fortemente a Deus e se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe? Talvez Deus se volte e mude de ideia, e então se afaste do furor da sua ira, para que não pereçamos” (Jonas 3:8,9). Como resultado, Deus não fez o que havia decretado (Jonas 3:10).
Aqueles que tem fé verdadeira reconhecem seu pecado e separação de Deus. Eles também reconhecem que Deus santo tem o direito de reter sua bênção e infligir punição eterna. Um crente não tenta impressionar a Deus com suas boas obras, considerando quão imperfeitas que são. Ele não se compara com os outros julgando-se superior a eles, como se essa superioridade tivesse algum valor aos olhos de Deus. Jesus ilustrou isso com a parábola do fariseu e do publicano, um cobrador de impostos (Lucas 18:9-14). O fariseu, um líder religioso íntego de caráter, falou a Deus sobre todas as suas boas qualidades e obras. Do outro lado o publicano, colaborador dos detestáveis romanos, “estando em pé, longe, nem mesmo ousava levantar os olhos para o céu,mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem pena de mim, que sou pecador!’” (Lucas 18:13). Jesus disse que o pecador penitente “desceu justificado para a sua casa” (Lucas 18:14).
O princípio por trás dessa maneira de agir é apresentado em Ezequiel 33:11: “’Tão certo como eu vivo’, diz o Senhor Deus, ‘não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos! Por que vocês haveriam de morrer, ó casa de Israel?’” (Também, Ezequiel 18:23). O Salmo 107 dá exemplos de pessoas que oraram a Deus em sua angústia, e Deus as ouviu. É subintendido que elas confessaram seu erro quando clamaram a Deus para resgatá-las da morte. Devido que Deus as salvou, o salmista exorta: “Que eles deem graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!” (
Salmos 107:15).
Deus muda de ideia porque oramos? Sim e não. O propósito eterno de Deus é atrair seus escolhidos para si e torná-los semelhantes a Cristo (Romanos 8:29). Para este fim, ele ordena todos os eventos de nossa vida. Já desde a eternidade ele nos conheceu e nos amou, ele nos predestinou, nos chamou, nos justificou pela fé, e também nos deu a glória eterna (Romanos 8:28-30). Nesse sentido, Deus nunca muda de idéia.
Por outro lado, parece que de acordo com sua promessa, ele responde à oração. Jesus nos encoraja a orar confiando que o que pedimos será feito, até o ponto de mandar uma montanha se jogar no mar (Marcos 11:23-24). O Apóstolo Paulo foi um que recebeu poder para realizar milagres. No entanto, chegou um época em que Paulo pediu a Deus que removesse um “espinho na carne”. Três vezes ele implorou a Deus e todas as vezes Deus recusou a removê-lo, mas o Senhor respondeu: “A minha graça é o que basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9). Considerando nossas circunstâncias atuais imperfeitas, o Apóstolo Paulo escreveu: “O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza. Porque não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus” (Romanos 8:26,27).
O grande capítulo que descreve os heróis da fé, Hebreus 11, fala daqueles que conquistaram grandes vitórias e outros que perderam a vida. Alguns “por meio da fé, conquistaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam de ser mortos à espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros” (Hebreus 11:33,34). “Outros, por sua vez, passaram pela prova de zombarias e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada. Andaram como peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras; passaram por necessidades, foram afligidos e maltratados” (Hebreus 11:36,37). Acredito que todos eles oraram com fé. Todos eles foram libertados, seja nesta vida ou seja para coisas melhores no futuro eterno de Deus.
Alguém que realmente crê se aproxima de Deus como um servo. Não vamos a Deus pedindo que ele nos sirva e cumpra nossos desejos. Como Deus vai satisfazer os desejos de um grande grupo de pessoas que vêm com pedidos que estão em conflito direto com os outros? Ou, pedidos contrários à vontade revelada de Deus? Tiago adverte: “Nada têm, porque não pedem; pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres” (Tiago 4:2,3). O salmista escreve: “Se, no coração, eu tivesse contemplado iniquidade, o Senhor não teria me ouvido” (Salmos 66:18). Provérbios diz: “Quem desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável” (Provérbios 28:9). Em vez disso, alinhamos nossos desejos com a vontade de Deus. O salmista escreve: “Agrade-se do Senhor , e ele satisfará os desejos do seu coração” (Salmo 37:4).
Aqueles que realmente crêem podem trazer qualquer coisa a Deus em oração. Não importa se é grande ou pequena. Deus tem prazer quando irmos a ele com um coração confiante. Paulo escreveu: “Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Filipenses 4:6). Jesus disse: “Não se preocupem, dizendo: ‘Que comeremos?’, ‘Que beberemos?’ ou ‘Com que nos vestiremos?’ Porque os gentios é que procuram todas estas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de todas elas. Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:31-33). E Pedro acrescentou: “Lancem sobre ele todas as suas ansiedades, porque ele cuida de vocês” (1 Pedro 5:7). A verdadeira fé confia que Deus fará tudo para o nosso bem, para que sejamos conformes à semelhança de Jesus Cristo (Romanos 8:28,29).
Temos a tendência de julgar a verdadeira fé pelos resultados positivos dos pedidos de oração. Isto não está certo. Se quisermos avaliar a fé de alguém, é melhor perguntar: “Esta pessoa está se submetendo e obedecendo à vontade revelada de Deus pela passagem de tempo?” É assim que o livro de Hebreus mede a fé. Em todas as circunstâncias, oremos e não desistamos. “E não nos cansemos de fazer o bem, porque no tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos” (Gálatas 6:9).
