CREIAM NAS BOAS NOVAS
Jesus disse ao povo no início de seu ministério: “O Reino de Deus está próximo. Arrependa-se e creiam nas Boas Novas.”. Agora, explicamos o que significa acreditar nas Boas Novas. Crer não é apenas um consentimento intelectual, como, “Eu acredito que existe um deus. Eu acredito que a Bíblia conta a história de Israel e a vida de Jesus.”. Não foi isso que Jesus quis dizer quando disse: “Creiam nas boas novas.”. Ele quis dizer mais. Foi uma fé que transformaria o ouvinte em uma pessoa que prestaria devoção e submissão total ao seu Senhor e Mestre. Era a fé de um discípulo confiante na liderança do seu mestre.
Vamos nos colocar no lugar das pessoas na nossa fronteira sul que deixaram Honduras, Guatemala e El Salvador. Eles têm medo dos traficantes, da violência, da falta de lei e ordem, da falta de esperança e de um futuro. Eles acreditam que há uma vida melhor no norte. Eles farão qualquer coisa. Eles deixam tudo para vir aqui. Eles agem de acordo com sua crença.
Outros nestes países não saem. Uma reportagem na edição de março de 2019 da National Geographic tinha uma foto de um pregador de rua, um ex-membro de gangue, sob uma plataforma com microfone na mão. Ele estava pregando no culto fúnebre de um convertido que foi libertado da prisão e depois foi morto por uma gangue adversária. O repórter conversou com um homem da plateia, um ex-membro de uma gangue e um convertido. Ele disse ao repórter: “Você anda com Deus ou você anda com o diabo. Você não pode servir aos dois.”.
Aqueles homens creram nas palavras de Jesus. Embora não tenham saído fisicamente da área, deixaram o mundo do medo e do terror. Eles creram em Jesus e nos seus corações entraram em um novo mundo – o reino de Deus e, com ele, a
segurança eterna. Imediatamente, eles voltaram ao território dos cartéis de drogas, não para serem submissos à autoridade do gangue, mas para pregar aos seus antigos amigos. Eles querem que eles experimentem a mesma verdadeira liberdade.
Crer nas Boas Novas é acreditar que Deus através de Jesus cumprirá todas as suas promessas. Tão real foi a ressurreição dos mortos que Paulo pôde enfrentar qualquer rejeição, sofrimento ou perseguição. Foi porque considerou que “os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada (Romanos 8.18. Veja também 2 Coríntios 4.17). Como ele escreveu: “Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão” (1 Coríntios 15.19).
Os heróis da fé citados em Hebreus 11 fizeram grandes coisas, abandonaram as riquezas e os prazeres deste mundo e até sofreram o martírio porque estavam ansiosos por sua recompensa. Eles tinham confiança no que Deus havia prometido para o futuro e estavam certos de que Deus podia cumprir o que tinha prometido (Hebreus 11.1).
Quando Pedro disse, no Pentecostes: “Arrependa-se”, ele também disse, “Seja batizado” (Atos 2.38). Ele estava dizendo: “Se vocês acreditam que Jesus é o Messias, professem a sua fé pelo batismo.”. Pedro estava seguindo o que Jesus tinha dito aos onze discípulos pouco antes quando subiu ao céu: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra” (Mateus 28.18). Então ele acrescentou: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo que eu lhes ordenei” (Mateus 28.19-20). Jesus disse “portanto” porque ele queria que aqueles que o aceitaram o aceitassem como Senhor. Eles se tornariam discípulos, seriam conhecidos como discípulos (batismo) e obedeceriam como discípulos, obedecendo ao que ele ordenou. Jesus disse: “Se vocês me amam (isto é, se vocês acreditam em mim), obedecerão os meus mandamentos” (João 14.15). Jesus disse: “Se alguém quiser acompanhar-me [isto é, ser meu discípulo], negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Marcos 8.34). Tomar a nossa cruz significa assumir a marca e o nome de Jesus. Isso é batismo.
Como vocês sabem, o batismo significa morrer para este mundo e ser ressuscitado para uma nova vida. É morrer para o domínio de Satanás, do mundo e do pecado. O cristão está se tornando vivo e se unindo ao Cristo vivo. Está oferecendo o seu corpo como instrumento de justiça, não como instrumento de maldade. É ser um servo de Cristo, não um escravo do pecado e de si mesmo (Romanos 6).
Tomando a cruz e sendo identificado com Cristo através do batismo, estamos professando seu nome a todos. Nos países muçulmanos, hindus ou budistas, aqueles que são batizados são frequentemente excluídos e perseguidos pela família, vizinhança e até pelo governo. Alguns são mortos. Jesus já sabia disso. Ele próprio foi rejeitado e morto por sua obediência ao Pai. Tomar sua cruz inclui professar seu nome: “Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos” (Marcos 8.38).
No Dia de Pentecostes, Pedro continuou sua instrução para os novos discípulos: “Salvem-se desta geração corrupta.” (Atos 2.40), que certamente incluía a formação de uma nova comunhão. Se os governantes da sinagoga e seu povo tivessem decidido ser batizados e se tornassem seguidores de Jesus, o Messias, certamente teriam formado o núcleo da nova igreja. Em vez disso, os novos crentes se reuniram nas cortes (páteos) do templo, o amplo espaço público aberto em frente e ao longo das laterais do templo, adequado para ouvir o ensino continuado dos apóstolos. Certamente, o que eles ensinaram é o que temos nos Evangelhos da Bíblia.
Eles também em suas casas comeram juntos, tiveram comunhão e oraram juntos. Aqui também o ensino de Jesus foi compartilhado com aqueles que não puderam ir às cortes do templo. Muitas das pessoas mais ricas venderam suas propriedades e bens e deram para aqueles que estavam em necessidade. Sinais e prodígios foram realizados pelos apóstolos e em resposta à oração (Atos 2.42-47).
Mesmo que a frequência aos cultos da igreja tenha sido onerosa para nós durante a nossa juventude, foi necessária para o desenvolvimento de nossa vida como cristãos. Pessoas de lares desfeitos e que passaram desventuras na vida precisam de amor. Têm um profundo desejo de serem amadas e aceitas, não julgadas e rejeitadas. Isso é encontrado em uma igreja onde o grande grupo se reúne para receber instrução,
como os apóstolos instruíam o povo diariamente nas cortes do templo. Também foi encontrado quando eles se encontravam em lares, em pequenos grupos, para discipulado e orientação personalizados, para confissão de pecados, dúvidas e medos, e onde todos intercediam uns pelos outros em oração. A parentela que muitos perderam foi substituída por uma nova família, a família dos cristãos.
Quando Jesus ministrou, ele trouxe as boas novas de perdão, salvação e uma nova vida. É no contexto da igreja que os seguidores de Jesus começaram a viver como se estivessem no céu. O reino deste mundo e a fraqueza da carne são realidades sempre presentes, mas é o reino dos céus que forma nossa nova identidade. Cada vez mais aprendemos o que significa amar a Deus e dar-lhe a prioridade em tudo e aprendemos a amar nosso próximo. Este é o começo do céu sendo vivido aqui na terra. Isso nos coloca em conflito com a ordem atual do mundo e podemos sofrer por isso. O sofrimento vale a pena. Nem mesmo a morte pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Haverá um dia em que o Senhor Jesus voltará e todo inimigo será julgado e expulso e tomaremos parte de uma nova criação. Este é o cumprimento das Boas Novas.
