Jesus Se Fez Pobre Por Nos

JESUS SE FEZ POBRE PARA QUE NOS TORNÁSSEMOS RICOS

Quando falamos sobre pobreza e riqueza, é proveitoso ver quem Jesus era em sua humanidade.  Paulo escreveu: “Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos.” (2 Coríntios 8.9).

Deixar a glória de sua existência celestial para nascer como criança neste mundo foi um grande passo em sua humilhação no caminho para a cruz.  Mas isto não foi tudo.  Jesus nasceu em circunstâncias humildes.  Não diz na Bíblia que José possuiu um burro no qual a mãe grávida de Jesus cavalgou de Nazaré a Belém. Quando chegaram em Belém, não havia lugar para eles, e por isso Maria deu à luz em um lugar onde os animais se abrigaram, e deitou seu primogênito em uma manjedoura (Lucas 2.7).  Seus primeiros visitantes foram pastores rústicos que ouviram falar de seu nascimento por um anjo que lhes apareceu à noite, junto com um coro do exército angelical celestial (Lucas 2.8-20).  Quando chegou a hora de Maria passar pelo rito de purificação exigido pela lei, e José e Maria redimir seu filho primogênito, eles apresentaram uma oferta de um par de pombas e dois pombos jovens (Lucas 2.24) porque eles não tinham o dinheiro para comprar um cordeiro sacrifical (Levítico 12.8).

Evidentemente, José e Maria estabeleceram residência em Belém, onde acharam uma casa, e José sustentou a família trabalhando como carpinteiro.  Dentro de dois anos (Mateus 2.16), magos do Oriente os visitaram e lhes deram presentes de ouro, incenso e mirra.  Mas estes donativos não os tornaram ricos; porque naquela mesma noite, José sendo avisado em um sonho, fugiu para o Egito para escapar da ameaça assassina do rei Herodes.  Ali Jesus viveu como refugiado com sua família, entre outros da comunidade judaica.

Quando entrou no ministério, Jesus tomava parte de uma família composta por sua mãe, seus irmãos Tiago, José, Judas, Simão e duas ou mais irmãs (Marcos 6.3). José provavelmente tinha morrido antes.  Maria era uma viúva, mas não desamparada, pois tinha filhos que podiam sustentá-la.  Jesus era carpinteiro, tendo aprendido o ofício com seu pai.  Seus irmãos podiam ter aprendido o mesmo ofício, embora não tenhamos como saber com certeza.  Isso os colocou na categoria de trabalhadores por conta própria, não empregados ou arrendatários de um rico fazendeiro.

Durante seu ministério, Jesus e seus discípulos ficaram hospedados em casas de outros (Mateus 10.9-11) e foram sustentados por doações, algumas das quais vieram de mulheres ricas que os acompanharam (Lucas 8.1-3).  Judas Iscariotes, atuando como tesoureiro, carregou a bolsa de dinheiro, comprou provisões para o grupo e distribuiu parte dos fundos aos pobres (João 13.29).  Ele também roubou dela (João 12.6).  As únicas posses de Jesus quando morreu foram as roupas com que se vestia (Mateus 27.35).

Ele nunca usou seu poder divino para adquirir riqueza, prestígio e poder para si ou para seus associados.  Tendo visto a multiplicação dos pães e dos peixes, o povo queria fazê-lo rei, mas ele enviou seus discípulos em um barco para o outro lado do mar da Galileia, despediu a multidão e se retirou sozinho a um monte para orar (João 6.15, Marcos 6.45-46).

Quando Jesus novamente entrou em contato com o povo em Cafarnaum, ele explicou por que não ia multiplicar os pães sempre, todos os dias: Ele era o Pão da Vida (João 6.48).  Se o maná era um sinal para o povo prestar fidelidade a Deus e no deserto seguir Moisés como seu líder designado, então agora através deste sinal Jesus estava apelando ao povo para segui-lo como Aquele a quem Deus havia enviado para dar-lhes vida eterna (João 6.35-40 e 53-58).  Eles queriam que Jesus os servisse e providenciasse por suas necessidades, mas Jesus queria que eles o aceitassem como Senhor e Messias e o seguissem e o servissem.

A vida de Jesus foi um grande contraste com os saduceus, especialmente os da classe sacerdotal, e com os fariseus e os intérpretes da lei, todos com cargos de autoridade, prestígio e poder.  Eles desfrutaram da riqueza que veio com sua posição.

Jesus era um pobre plebeu e isso foi um escândalo para os com posição e os seus interesses.  Por sua vez, ele viu todos com a perspectiva celestial.  Na sua vista todos eram pobres, necessitados, desamparados, coxos, perdidos, estrangeiros, refugiados, miseráveis e pecadores.  Ele disse a Nicodemos, o fariseu, um membro de renome do sinédrio, o conselho governante: “Eu lhes falei de coisas terrenas e vocês não creram; como crerão se lhes falar de coisas celestiais?” (João 3.12).  Nicodemos precisava nascer de novo. (João 3.3).  Ele teve que receber o reino como uma criança (Marcos 10.15).  As crianças viram e entenderam.  Elas aceitaram sem reservas, sem medir as consequências, confiando implicitamente naquele que os liderava.  Por outro lado, os escribas e fariseus eruditos eram “guias cegos” (Mateus 23.16), incapazes de discernir a verdade.

O homem nascido cego, possivelmente um mendigo, foi curado por Jesus.  Ele aceitou e defendeu seu curador antes de vê-lo (João 9.31).  Então, quando viu Jesus, creu nele (João 9.38).  Para os fariseus que estavam observando, Jesus disse: “Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado, mas agora que dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece” (João 9.41).

Da mesma forma, o homem rico não receberia o “tesouro no céu” a menos que vendesse tudo, desse aos pobres e seguisse a Jesus (Marcos 10.21).  Se ele tivesse feito isso, teria recebido cem vezes mais no tempo presente – com perseguições – e na era futura, a vida eterna (Marcos 10.29-30).  Ele, como tantos outros, foi cegado pelo mundo – os desejos do homem pecador, a luxúria dos olhos e a vanglória do que ele tem e faz (1 João 2.16).

Esta não era a extensão total da pobreza de Jesus.  Isso foi exposto por sua morte ignominiosa.  Traído por um de seus discípulos e defendido pela espada de um pescador assustado, Jesus foi preso e levado a julgamento e morte.  Até suas roupas foram divididas entre os soldados que o crucificaram.  Mas Deus não abandonou seu Filho no reino dos mortos, nem deixou seu Filho fiel ver a corrupção (Salmo 16.10; Atos 2.27; Atos 13.35), mas o ressuscitou da sepultura e deu-lhe toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28.18).

 Paulo, em sua carta aos filipenses, nos diz que devemos ter a mesma atitude de Cristo Jesus:

“que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus  era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo,  vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Filipenses 2: 6-11).

Se foi assim que Deus ouviu a oração do Filho que ele ama, rejeitado e abandonado pelos homens, certamente agora Deus ouvirá nosso pedido de ajuda, considerando seu amor por nós (Efésios 2.4-6).  Ele não nos abandonará à morte, mas nos ressuscitará na vinda de Cristo no último dia (1 Tessalonicenses 4.13-17 e 1 Coríntios 15).