A ORDEM DE JESUS PARA FAZER DISCÍPULOS
A ORDEM DE JESUS
Não há uma ordem específica para fazer discípulos dos pobres. Eles estão incluídos no mandamento de Jesus de fazer discípulos de todas as nações, tribos e povos (Mateus 28:19). Acontece que o mundo tem mais gente comum e pobre do que elite privilegiada.
Através de seus milagres, Jesus mostrou que tinha o poder de livrar o mundo da maldição que veio sobre a humanidade através do pecado de Adão. Através de sua morte e ressurreição, ele recebeu o poder e a autoridade do reino (Mateus 28:18). Esse reino está se expandindo pelo mundo através de suas testemunhas. Com seu retorno, no Dia do Juizo, ele derrotará o última inimigo, a morte inimiga; expulsará o maligno e vindicará seus santos e fiéis seguidores. Esses crentes – pobres, rejeitados, perseguidos e mortos por causa dele – serão justificados e reinarão com ele para sempre. (Apocalipse 6: 9-11; 20: 11-22: 5).
Incluída nesta visão vasta do Reino de Cristo, é sua comissão de proclamar boas novas aos pobres, literalmente evangelizar ou levar o evangelho aos pobres. Todo ser humano é pobre e necessitado, morto em seus delitos e pecados, e separado da comunidade de Deus. Mas, Cristo, através de seu sangue derramado, pagou o preço do perdão, para que, pela graça pura e simples, qualquer pessoa possa se aproximar de Deus pela fé em Cristo. Nesse nível, os ricos não têm vantagem sobre os pobres. Todos são pecadores e todos têm acesso a esta salvação pela graça através da fé. Em Efésios 2: 1-22. Paulo se esforça para mostrar que nem a sua decendencia de Abraão e nem a obediência à lei de Moisés davam vantagem aos judeus sobre os crentes gentios. Por causa de Cristo, todos eles têm acesso igual à salvação e à comunhão com o povo de Deus. Estas são as boas novas que Cristo e sua igreja proclamam aos pobres.
Em sua parábola do grande banquete, Jesus diz que um certo homem (Deus) preparou um grande banquete (salvação) e convidou muitos (Seu povo, os filhos de Abraão): “Venham, pois tudo já está pronto” (o Salvador chegou), mas todos começaram a dar desculpas. Ao ouvir isso, o homem enviou o seu servo para ir rapidamente para as e becos da cidade e trazer os pobres, os aleijados, os cegos e os mancos (Lucas 14:17, 21). Em outras palavras, aqueles desprezados e negligenciados são bem-vindos para compartilhar nas riquezas do banquete. Porque ainda havia lugar, o mestre disse ao servo: “Vá pelos caminhos e valados e obrigue-os a entrar, para que a minha casa fique cheia” (Lucas 14:23). Dessa maneira, Jesus estava abrindo a porta para a missão aos gentios e a sua inclusão no povo de Deus e nas riquezas da salvação.
O apóstolo Paulo descreve os seguidores de Cristo na igreja de Corinto,
“Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é, a fim de que ninguém se vanglorie diante dele”(1 Coríntios 1:26-29).
Até os escravos foram batizados e pertenciam à igreja com a expectativa de que vivessem vidas exemplares por amor de Cristo (Efésios 6: 5-8; Colossenses 3: 22-25; 1 Coríntios 7:20-23; Tito 2:9-10 ) Tiago escreve que o crente em circunstâncias humildes deve orgulhar-se na sua alta posição (Tiago 1:9) como alguém escolhido por Deus para tomar parte das riquezas da glória.
Quando Jesus iniciou seu ministério, ele disse: “O reino dos céus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas” (Marcos 1:15). Na região da Galiléia, “Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor”(Mateus 9:35-36). Nestas circunstâncias, Jesus disse aos discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita” (Mateus 9:37-38; Lucas 10:2).
Respondendo à sua própria oração, Jesus escolheu doze apóstolos (Mateus 10: 1-4), e os enviou (“apóstolo” significa “um que enviado”) para exercer o mesmo ministério como ele e ao mesmo povo, às “ovelhas perdidas de Israel” (Mateus 10:6). Jesus ordenou-lhes:
“Por onde forem, preguem esta mensagem: O Reino dos céus está próximo.Curem os enfermos, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça; dêem também de graça. Não levem nem ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos;não levem nenhum saco de viagem, nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão; pois o trabalhador é digno do seu sustento”(Mateus 10: 7-10)
Em sumo, Jesus estava dizendo a seus discípulos que seguissem seu exemplo, que fizessem o que ele fez. Jesus não levou dinheiro comsigo, mas viveu com o apoio daqueles que receberam sua mensagem. Ele estava dizendo a seus discípulos para sair e fazer o mesmo.
Um pouco depois, Jesus designou setenta e dois outros para irem ”adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde dele estava prestes a ir(Lucas 10: 1). Como Jesus achou todos esses voluntários? Podemos dizer que foram reconhecidos como seus seguidores. Certamente, alguns foram curados ou libertados da opressão demoníaca. Outros foram simplesmente chamados a segui-lo.
Esse princípio foi unido com o princípio de levar o evangelho ao ouvinte livremente, sem custo. O evangelista foi obrigado a dar de graça, assim como ele já havia recebido de graça. Em Filipos, o apóstolo Paulo e Silas receberam hospedagem e apoio de Lídia (At 16:15) e de outros crentes. A igreja de Filipos continuou a prestar apoio mesmo após a expulsão dos evangelistas da cidade (Filipenses 4: 14-18). Quando os recursos financeiros acabaram, Paul sustenou a si mesmo e a seus companheiros fazendo tendas juntamente com outros no mesmo ramo de atividade,Aquila e sua esposa Priscilla. Ele não fez uso de seu direito de receber sustento como pregador do evangelho, mas forneceu sua pregação e liderança como um presente gratuito para os coríntios (1 Coríntios 9:18). Pago ou não, Paulo foi obrigado a pregar o evangelho (1 Coríntios 9:16). Ele havia recebido sua comissão de Cristo (Atos 26: 16-18) e ele a cumpriria tendo apoio financeiro ou não.
Jesus, antes de tudo, deu de graça o que ele havia recebido. Ele tinha poder divino para curar e dar vida. Ninguém poderia fazê-lo fazer isso por obrigação. Ele fez essas coisas com um coração de compaixão e amor. A única coisa que ele desejava era que as pessoas, começando com os líderes religiosos, o reconhecessem por quem ele realmente era: o Messias.
Parecer que Jesus estava desencorajando as pessoas a segui-lo. Ele os advertiu a contar o preço: eles devem estar dispostos a entregar tudo para se tornarem discípulos (Lucas 14:33). Eles seriam rejeitados e perseguidos pelas autoridades religiosas e civis, mesmo pelo pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs. Eles podem até perder suas vidas. A organização Open Doors, em sua “World Watch List 2019”, indica claramente que aqueles especialmente vulneráveis à perseguição em países muçulmanos, hindus ou budistas são os convertidos. Até a própria vida deve ser relegada para o segundo plano, enquanto Cristo deve ter precedência (Lucas 14:26). “Você quer me seguir?” Pergunta Jesus. “Lembre-se de que não tenho um lugar que posso chamar minha casa. “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mateus 8:20).
O que aprendemos das instruções de Jesus?
- Vá para onde as pessoas comuns moravam, nas cidades e aldeias (Mateus 9:35). Numa época em que uma família podia cultivar um ou dois alqueires, as áreas rurais eram densamente povoadas, e as aldeias ficavam uma curta distância uma da outra. Hoje, com a industrialização da agricultura, as áreas rurais estão sendo despovoadas. Os centros urbanos são onde as pessoas, principalmente pessoas comuns, agora vivem.
- Ministre aos “aflitos e desamparados” (Mateus 9:36), como os trabalhadores urbanos de baixa renda que moram em bairros de casas populares ou favelas.
- Proclame as boas novas, cure os enfermos e expulsar demônios (Mateus 9:35; 10: 1, 7, 8). Isso inclui o apelo para que as pessoas se arrependem. Este ensino não deve ser modififcado, pois a natureza humana é a mesma e as aflições das pessoas são semelhantes.
- Confie nos ouvintes por hospitalidade e apoio (Mateus 10:11), mas não use isso para obter ganhos pessoais (Mateus 10: 8), como Simon Magus, da Samaria, que queria comprar o dom (poder milagroso) do Espírito Santo com dinheiro (Atos 8: 20-21), e foi justamente condenado
- Aguare rejeição e perseguição, assim como Jesus foi rejeitado e perseguido (Mateus 10: 16-25). Se você seguir Jesus aos desamparados, pode ser rejeitados até por outros membros da igreja. Você não estará aceitando as suas desculpas ou indiferência.
- Não tenha medo. Seja destemido e corajoso. O Espírito Santo te ajudará a falar o que deve (Mateus 10:20). Tema a Cristo, não às pessoas. Nosso Pai celestial cuidará de você (Mateus 10: 28-33).
